Na primeira infância, a educação sexual é voltada para os responsáveis, para que essas crianças possam aprender a começar a fazer sua higiene pessoal de forma correta, como escovar os dentes, pentear o cabelo e, principalmente, a importância do toque com o consentimento. A base familiar é a primeira rede de apoio.
Na adolescência passamos por várias mudanças, tanto fisicamente quanto emocionalmente. Na escola, aprendemos sobre reprodução e os órgãos íntimos, mas não falamos muito sobre intersexo, consentimento, sentimento, orientação sexual, respeito com o nosso corpo. E é nessa fase que o apoio da família e também da escola é fundamental, devido a questões que os jovens sozinhos não conseguem lidar, como o aparecimento dos pelos, odores, espinhas, a menstruação e outros, e principalmente com os desejos que consequentemente aparecem. Por vergonha ou medo de conversar sobre o seu corpo, os adolescentes acabam buscando informações erradas, por exemplo, na pornografia.
A adolescência é uma fase de descobertas intensas e, muitas vezes, desafiadoras, onde os jovens começam a explorar relações amorosas e sexuais de forma mais consciente. Nesse contexto, o desenvolvimento da inteligência emocional torna-se essencial para que saibam lidar com sentimentos como ciúme, paixão e insegurança. Demonstrar aos nossos filhos que estamos atentos aos sentimentos e desafios que enfrentam fortalece a relação entre nós e eles. Ao promovermos um ambiente em que se sintam ouvidos e valorizados, ajudamos a formar adultos com responsabilidade
afetiva e capacidade de se comunicarem de forma honesta e respeitosa. Assim, contribuímos para a construção de relacionamentos mais saudáveis e duradouros.
Como adultos, como olhamos nossa vida sexual ?No momento em que passamos por um checkup, somos questionados sobre como anda nossa libido, nossos desejos, a nossa vida sexual em relação à nossa saúde, e sim, isso influencia muito a nossa vida sexual diretamente na nossa saúde. O sexo deveria ser tratado com naturalidade, através de informações corretas, atualizadas e dentro da realidade de cada cultura. Trabalhar a sexualidade com os nossos pequenos de forma educativa para que não aconteça, por exemplo, o grande número de gravidezes na infância e adolescência (somos o país que mais sexualiza crianças no mundo). Hoje já existem cursos e profissionais que estão trabalhando em cima dessa necessidade. Mas por que não temos debates abertos? Como negligenciar essa conversa está afetando nossa sociedade como um todo? Não falar sobre educação sexual com nossas crianças beneficia a quem? O Brasil é um país enorme que carrega culturas e lendas muito diferentes.
Como sociedade, hoje, qual debate temos que abrir para poder mudar nossas estatísticas? Qual diálogo sobre sexualidade hoje você pode abrir? Para mudarmos a realidade ao nosso redor, que história você pode contar perante tanta diversidade que pode tocar e mudar a realidade à sua volta?